Nesta sexta-feira (31), a Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro, por meio da Secretaria Municipal da Saúde e do Saneamento, transformou as unidades de saúde do município em verdadeiros pontos de conscientização e cuidado durante o “Dia da Mancha”. A ação estratégica, voltada para a detecção precoce da hanseníase, mobilizou multiprofissionais das 31 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Clínicas de Saúde da Família (CSFs), que atenderam a população ao longo do dia, das 8h às 17h.
Com atendimento humanizado e informação acessível, ainiciativa teve como foco moradores das áreas de abrangência das unidades de saúde, pessoas com sinais e sintomas suspeitos – como lesões na pele e alterações no sistema nervoso –, pacientes já diagnosticados, e indivíduos em situação de vulnerabilidade social, considerados de maior risco para a doença.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Socorro, Carolina Tavares, ahanseníase continua sendo um desafio para a saúde pública no Brasil, com milhares de novos casos registrados anualmente e iniciativas como o "Dia da Mancha" desempenha um papel essencial no controle da doença.
“A hanseníase é uma doença milenar e acomete mais de 20 mil pessoas por ano no Brasil. Aqui em nosso estado, temos mais de 13% de casos novos a cada ano e Socorro não está distante desse número. Nos últimos quatro anos, foram cerca de 80 casos diagnosticados, fora àqueles que não são confirmados, estão subnotificados, por isso, o Dia da Mancha é de extrema importância para captarmos os casos assintomáticos para a doença. Reforçamos que nossas unidades de saúde realizam esse tipo de atendimento durante todo o ano e estão de portas abertas para atender a comunidade”, salientou.
A aposentada Maria de Fátima Santos buscou atendimento no "Dia da Mancha" após notar alterações em sua pele. Durante a ação realizada na UBS Parque Nossa Senhora de Fátima, no povoado Parque São José, ela recebeu o diagnóstico de hanseníase, confirmando suas suspeitas.
"Meu corpo estava normal até eu tomar um banho de rio. No dia seguinte, me senti mal e apareceram várias manchas nos meus braços e na nuca. Aproveitei esse momento para realizar uma avaliação. Agora, é cuidar efazer o tratamento para melhorar. Apesar do resultado, amei fazer parte desse dia, aprendi sobre todos os sintomas da doença”, relatou.
O autônomo Kleyton Soares já conhecia a hanseníase por meio de casos na própria família. Acompanhado por uma agente de saúde da UBS Parque Nossa Senhora de Fátima, ele foi convidado a participar da ação e aproveitou a oportunidade para esclarecer suspeitas sobre suas feridas na pele, já que também houve a perda de sensibilidade e formigamento.
"Tive um irmão que quase faleceu porque não tratava direito a doença. Tenho algumas feridas na pele que eu suspeito e vim justamente para tirar minhas dúvidas. Às vezes a pessoa está com essa doença e nem sabe porque ela é silenciosa. Foi uma palestra legal. Isso é bom paraajudar a população nos bairros”, contou. Após a avaliaçãomédica, Kleyton passou por exames clínicos e ele foi diagnosticado com a hanseníase.
Sintomas
De acordo com informações do Ministério da Saúde, osprincipais sinais e sintomas da hanseníase incluem o surgimento de manchas na pele, que podem ser brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas, geralmente acompanhadas de alteração na sensibilidade ao calor, ao frio, à dor ou ao toque. A doença também pode causar o engrossamento dos nervos periféricos, resultando em alterações sensitivas, motoras e autonômicas.
Outros sintomas comuns são a redução dos pelos e do suor em determinadas áreas do corpo, sensação de formigamento ou fisgadas, especialmente nas mãos e nos pés, além da diminuição ou perda da sensibilidade e da força muscular na face, mãos e pés. Em alguns casos, também podem surgir nódulos avermelhados e dolorosos pelo corpo.